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sábado, novembro 27, 2010

O carro do ator Elias Gleizer

Se meu Fusca falasse...


O carro do ator Elias Gleizer - o ''seo'' Cadore de Caminho das Índias - é como o dono: polivalente, bem cuidado e cheio de histórias para conta Ernani d’ Almeida

Um estudo recente produzido pelo professor de ciência da computação, Dennis Slice, da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos, tenta provar que todo carro reflete a personalidade de seu dono. Mais que isso: que o design de cada veículo pode ser adaptado com o tempo para que fique ainda mais com a ''cara'' de seu proprietário. E o que isso tem a ver com Elias Gleizer e seu Fuscão 1973? Tudo!

O ator paulistano, 75 anos, recebeu CONTIGO! na garagem do apartamento onde mora no Rio, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, para apresentar seu possante, um modelo Volkswagen na cor preta com 36 anos de uso e absolutamente conservado, tanto no motor quanto na lataria. Fora isso, tem uma porção de penduricalhos por dentro, presentes dados por amigos acompanhados de ótimas lembranças.

''Comprei este carro há três anos. Paguei por ele 4 mil reais e gastei 14 mil na reforma'', gaba-se, sorridente. ''Tenho um carro maior, automático, mas mantenho o meu brinquedinho. Ele é maravilhoso!'', conta Gleizer, que é filho de poloneses e aposta que consegue chegar a São Paulo para visitar a família a bordo do veículo.
Tamanho cuidado e paixão pelo seu xodó motorizado também pode ser visto na profissão e na vida pessoal do ator. A carreira de Gleizer é longeva: fez sua primeira aula de teatro aos 9 anos, passou parte da adolescência nos palcos amadores e, aos 20, brilhou em seu primeiro papel em uma novela, Se o Mar Contasse (1964), na TV Tupi. De lá para cá são mais de 50 atuações na televisão, um cálculo impreciso que ele próprio se recusa a fazer. ''Não sei e nem quero saber, senão vão pensar que estou velho'', brinca.
O combustível para tanto tempo de estrada? O amor pelo ofício de ator. ''Eu agarrei a minha profissão com unhas e dentes. Atuar é o que me dá mais prazer na vida'', declara ele, que já trabalhou como comerciante e mecânico. E estar na ativa faz bem ao ''motor'' de Gleizer: ''Depois de uma certa idade, o trabalho ajuda você a viver melhor. Se o sujeito se entrega, vira aquele velho chato que reclama de tudo''. Não é o caso dele que, aliás, nem pensa na possibilidade de pendurar as chuteiras. ''Só se aposenta quem não quer fazer mais nada. E eu não recuso convites (de trabalho). É só me convidar que estou lá!'', declara.


Bem conservado

Se na carreira, o ator procura sempre novos desafios - ''Gostaria de fazer um vilão bem mau, para ver se eu consigo convencer o público'' - na vida pessoal, Gleizer busca se impor novos limites, sobretudo físicos. Esportista desde garoto, praticante de remo e de arremesso de peso na juventude, ele cuida da saúde com muita disposição. Pela manhã, por exemplo, intercala aulas de hidroginástica e de natação três vezes por semana na academia do seu condomínio. ''Eu me sinto bem e saudável. Quando não faço, parece que está faltando alguma coisa'', diz ele, que é solteiro e mora sozinho.
Dormir até tarde (entre 11h e meio-dia) e não fazer nada quando não está trabalhando é outro dos seus maiores aliados. Mas, se tem compromisso, ele é disciplinado: tem dois despertadores - um deles bem longe, no banheiro - para garantir que não vai perder a hora de acordar.
Já a alimentação ficou regrada de quatro anos para cá. ''Você vai ficando velho e tem de diminuir a comida também, né? Não exagero. Só no fim de semana eu bebo um uisquinho, mas não sou viciado. Antes eu comia dois pratos de feijoada facilmente, agora não. Mais pela saúde, não pela vaidade''.
Mas tem um item de série que faz Gleizer permanecer jovem: o bom humor. Mesmo diante de quaisquer dificuldades, o ator prefere sorrir. ''Problemas todo mundo tem. Eu junto todos eles, coloco num funil e resolvo um de cada vez'', ensina. E, se alguém aparece emburrado a seu lado, ele avisa: ''Mando conversar com a parede''.
Graças a este bom humor, Elias Gleizer é visto na televisão brasileira como um símbolo de resistência, admiração e carisma, tal e qual seu reluzente Fusca 1973: em ótima forma, cheio de vida pela frente e que todo mundo adoraria ter por perto.
O carro foi adquirido em 2006 e virou o xodó do ator, que investiu 14 mil reais em uma reforma completa de motor, lataria e partes internas

Ernani d’ Almeida

O Fusca virou motivo de aposta na família Gleizer: ''Tenho parentes em São Paulo que dizem que se eu for com o carro lá, eles trocarão a fechadura de casa. Acham que ele não chega...''

Fonte : Enviado pelo e-mail pela minha Filha Luciana P.Borges de Sousa


Um comentário:

  1. Borges e Luciana,

    Parabéns pela postagem referente ao ator Elias Gleizer e seu fusca. Juntou duas simpatias: o ator e o seu veículo: FUSCA.

    Abraços!
    Alcione.

    ResponderExcluir

Obrigado por participar deste blog, sua opinião é muito importante. abraços, Borjão

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